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HIPÓFISE

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Hipófise 

 

Prof. Dr. Américo Rubens Leite dos Santos 

 

  

 

A hipófise é uma pequena glândula localizada na base do crânio na região denominada sela túrcica. Esta glândula é direta ou indiretamente relacionada com todo equilíbrio hormonal da espécie humana. Todas as nossas atividades da vida diária sofrem influência da hipófise. Diversos hormônios produzidos na hipófise controlam a secreção de várias outras glândulas. Os hormônios produzidos pela hipófise incluem o hormônio do crescimento (GH), a prolactina, FSH, LH, TSH, ACTH, ADH e ocitocina. Cada um destes, com uma importante função regulatória em nosso organismo.

 

Diversas doenças podem acometer esta região, como tumores, inflamações, infecções e patologias vasculares. Os sintomas da doença hipofisária são múltiplos, mas frequentemente incluem distúrbios hormonais. 

 

 

 

Tumores da Hipófise 

 

 

 

  

 

 

 

Os tumores da hipófise são em sua maioria benignos e de crescimento lento. Os tumores mais comuns são os chamados adenomas. Podem ser classificados quanto ao seu tamanho em microadenomas (quando menores que 1 cm) e macroadenomas (quando maiores que 1 cm). Estes tumores podem ou não causar quadros clínicos endócrinos, tipicamente relacionados ao excesso de produção hormonal, como a Doença de Cushing, o Gigantismo e a Acromegalia entre outros. São então classificados como tumores funcionantes. 

 

Os adenomas de hipófise que não causam quadro clínico endócrino típico, são chamados não funcionantes. Estes tumores são inicialmente silenciosos e podem de maneira insidiosa causar perda progressiva da visão. Isto acontece, pois, a hipófise se localiza logo abaixo da região onde os nervos da visão confluem, o quiasma óptico. O crescimento dos tumores da hipófise pode causar compressão dos nervos da visão e do quiasma óptico. Os adenomas não funcionantes podem também causar dores de cabeça e sintomas relacionados à deficiência de secreção de um ou mais hormônios da hipófise. Os adenomas podem lentamente destruir a glândula normal, gerando a perda de praticamente todos os hormônios secretados pela hipófise. Tal quadro é denominado Pan-hipopituitarismo. 

 

Em casos extremos, durante o crescimento do tumor, este pode sofrer um grande sangramento ou necrose em seu interior causando perda aguda da visão e insuficiência adrenal. Tal quadro é denominado Apoplexia Hipofisária e requer tratamento médico urgente. 

 

 

 

Tratamento dos Tumores de Hipófise

 

 

 

Uma grande parte dos tumores da hipófise pode ser apenas um achado de exames. Muitos microadenomas não funcionantes não causam nenhum quadro clínico, permanecem estáveis por muitos anos e raramente necessitam tratamento. Estes tumores são denominados incidentalomas.

 

 

 

Um dos tumores de hipófise mais comuns, são os adenomas secretores de prolactina ou prolactinomas. Estes tumores produzem um grande aumento do hormônio prolactina. Isto causa eventualmente galactorreia (saída de leite pelas mamas) e amenorreia (parada da menstruação). Nos homens se manifesta principalmente por diminuição da libido, impotência e alteração da pilificação.

 

Estes tumores são frequentemente, eficazmente, tratados com medicação e raramente necessitam cirurgia. O tratamento cirúrgico fica reservado para casos que não respondem ao tratamento medicamentoso, intolerância à medicação, perda progressiva da visão entre outros.

 

 

 

Os demais Tumores de Hipófise necessitam em geral de tratamento cirúrgico. A cirurgia da Hipófise passou nos últimos anos por marcante processo evolutivo. O advento do uso do endoscópio e a parceria entre neurocirurgiões e otorrinolaringologistas, trouxe impacto marcante nos resultados da cirurgia hipofisária.

 

A cirurgia endoscópica endonasal utiliza o nariz e os seios paranasais como via de acesso aos Tumores de Hipófise. Ao utilizar uma cavidade natural de nosso organismo, evitamos então cicatrizes, corte do cabelo e manipulação do tecido cerebral. Atualmente este procedimento cirúrgico é muito seguro e eficaz. Nenhum tipo de cirurgia é isento de potenciais complicações, mas com a técnica cirúrgica atual, realizada por equipe experiente, estas são progressivamente mais raras e na maioria transitórias. 

 

SAIBA MAIS: www.clinicadahipofise.com.br 

 

 

 

  

 

 

 

  

 

 

 

  

 

 

 

  

 

 

 

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Autor

Dr Americo Rubens Leite dos Santos

Dr Americo Rubens Leite dos Santos

Neurocirurgião

Doutorado em Neurocirurgia Minimamente Invasiva no(a) Johannes Gutenberg Universität Mainz - Alemanha.